
A Comissão Permanente de Direitos Humanos (PCHR) não governamental denunciou na terça-feira que o regime nicaraguense pediu à Assembleia Nacional (Parlamento) seu fechamento e sua ilegalização, a fim de impedi-los de documentar os supostos abusos de autoridade.
“Não há vontade, por parte do governo (do presidente Daniel Ortega), de que haja organizações de direitos humanos que estejam documentando os abusos que estão sendo cometidos neste país”, disse o secretário executivo do CPDH, Marcos Carmona, em entrevista coletiva.
De acordo com o ativista, o CPDH é a mais recente organização que promove e defende legalmente os direitos humanos na Nicarágua, desde dezembro de 2018 o governo despojou diferentes ONGs semelhantes de personalidade jurídica, incluindo o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh).
Na Nicarágua, com o voto dos parlamentares sandinistas e seus aliados, pelo menos 112 ONGs nicaraguenses foram proibidas desde dezembro de 2018, oito meses após a eclosão de uma revolta popular por causa das controversas reformas da previdência social descritas como uma tentativa de golpe do ditador Ortega.
As últimas 25 ONGs, incluindo a subsidiária nicaraguense da Operación Sonrisas, foram canceladas em 17 de março.
Entre as organizações afetadas estão ONGs que defendem os direitos humanos, médicos, feministas, educacionais, universidades, ambientalistas, indígenas, jornalistas e centros de pensamento, entre outros.
O Executivo também cancelou os registros e edições perpétuas de quatro ONGs norte-americanas e seis europeias.
Além disso, em 2018, terminou a missão de uma delegação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e outra do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
SALVAR RECLAMAÇÕES EM ARQUIVOS DIGITAIS
Carmona argumentou que, com a decisão do Governo da Nicarágua, “não só estão afetando a instituição como tal, estão afetando todo o povo da Nicarágua, porque de alguma forma foi a única instituição que fomos (legalmente) a documentar a arbitrariedade e os abusos cometidos pelos diferentes filiais do Estado e desde os diferentes funcionários”.
De acordo com o pedido do Executivo, que deverá ser apresentado amanhã ao plenário do Parlamento, com maioria oficial, o CPDH e outras 24 ONGs não cumpriram suas obrigações legais, como não se registarem como “agentes estrangeiros”, ou deixar de entregar suas finanças declarações com seus detalhamentos detalhados de receitas, despesas, saldo de verificação e detalhamento de doações, ou seus conselhos de administração.
O representante do CPDH lembrou que a organização já havia tentado entregar esses documentos ao Ministério do Interior e que a pasta se recusou a recebê-los.
Em 1º de março, o CPDH já havia denunciado publicamente que o Governo da Nicarágua queria “proibi-lo”, porque se recusou a receber sua documentação.
Carmona, que chamou a decisão estatal de “dolorosa”, especialmente um dia depois de a CPDH estar 45 anos depois de ter sido fundada, disse não entender que a ONG seria cancelada pelos mesmos deputados sandinistas que defendeu em décadas passadas.
O defensor acrescentou que por lei os bens do CPDH passarão para as mãos do Governo, mas disse que as informações sobre os casos de opositores que defendem são seguras em formatos digitais.
Desde abril de 2018, a Nicarágua vive uma crise sociopolítica que se acentuou nas eleições de novembro passado, quando Ortega foi reeleito para um quinto mandato, quarto consecutivo e segundo com sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, com seus principais candidatos na prisão.
(Com informações da EFE)
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