
O gerente geral do jornal nicaraguense La Prensa, Juan Lorenzo Holmann Chamorro, considerado prisioneiro político do regime de Daniel Ortega por agências humanitárias, foi condenado quinta-feira a nove anos de prisão e a pagar uma multa financeira, noticiou o jornal, o mais antigo do país.
A juíza Nadia Camila Tardencilla Rodríguez, chefe do Segundo Tribunal Distrital Criminal de Manágua, também proibiu Holmann de exercer sua profissão, ofício ou cargo, pela duração de sua sentença.
La Prensa, que circula em formato digital para a retenção de seu papel desde o dia anterior à prisão de seu gerente geral, disse que a multa imposta pelo juiz equivale a três vezes o dinheiro ou bens que Holmann supostamente lavou, embora ela não tenha especificado o valor.
Na última quarta-feira, a juíza Tardencilla Rodríguez condenou o gerente geral do jornal La Prensa culpado pelo crime de lavagem de dinheiro, propriedade ou bens.
A SEDE DA IMPRENSA PERMANECERÁ SOB CUSTÓDIA
De acordo com a decisão, Holmann cumprirá sua pena até 9 de setembro de 2030.
“Isso sem prejuízo do fato de que o cálculo pode ser reformado, mesmo ex officio, se for encontrado um erro ou quando novas circunstâncias o tornarem necessário, o que será da competência do Tribunal de Manágua para a Execução de Sentenças e Vigilância Prisional”, segundo parte do acórdão, compartilhou por La Prensa.
O tribunal determinou ainda que “os bens ocupados” em 13 de agosto de 2021, “dia em que a polícia do regime apreendeu as instalações físicas do jornal La Prensa e da gráfica comercial da Editorial”, sejam mantidos sob custódia.

Segundo o La Prensa, durante a leitura da sentença, seu gerente geral, que está preso há 229 dias, agradeceu “a todos por suas orações”, pediu para continuar orando, e afirmou ser “forte” e garantiu que continuará assim.
Durante o julgamento, que terminou na semana passada também à noite, o empresário se declarou inocente.
QUARTO MEMBRO DA FAMÍLIA CHAMORRO
Holmann faz parte de um grupo de mais de 40 nicaraguenses, incluindo líderes da oposição, críticos do ditador Daniel Ortega e profissionais independentes, que foram presos antes das eleições de novembro passado, nas quais o sandinista foi reeleito para seu quinto mandato, quarto consecutivo e segundo com sua esposa, Rosário Murillo, como vice-presidente, com sete dos candidatos na prisão.
O empresário tornou-se o quarto membro da família Chamorro a ser condenado pelo sistema de justiça nicaraguense, que antes fazia o mesmo com os irmãos Cristiana e Pedro Joaquín Chamorro Barrios, filhos da ex-presidente Violeta Barrios de Chamorro (1990-1997), e também diretores do La Prensa, além de Juan Sebastián Chamorro García.
Cristiana e Juan Sebastián foram presos após anunciarem seu interesse em ser candidatos à presidência pela oposição.
Holmann, 55 anos, perdeu 24 quilos de peso, tem um nódulo no abdômen, dor na virilha, fungos nas mãos e pés, problemas cardíacos, pressão arterial, possíveis problemas de próstata e uma mancha no olho direito, aparentemente por causa das condições insalubres e falta de ventilação e iluminação em sua cela, de acordo com denunciado pelo Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (CENIDH) e La Prensa.
As condições do empresário, segundo Cenidh, são semelhantes às do resto das capturadas no contexto das eleições, incluindo ex-diplomatas, ex-guerrilheiros sandinistas, líderes da oposição, líderes juvenis, camponeses, jornalistas e empresários.
ORTEGA: ELES SÃO FILHOS DA PUTA
A Associação Interamericana de Imprensa (SIP) lamentou na semana passada a “condenação” contra Holmann, observando que “mais uma vez” o regime de Ortega “demonstrou cruelmente sua intolerância a diferentes pensamentos e liberdades”.
Holmann é o vice-presidente regional da SIP no país centro-americano.
O sistema de justiça nicaraguense também condenou os jornalistas Miguel Mora e Miguel Mendoza a 13 e 9 anos, respectivamente.
Desde o início da revolta popular em abril de 2018 contra o governo Ortega, estima-se que 120 jornalistas tenham fugido da Nicarágua, principalmente para a Costa Rica, Estados Unidos e Espanha, alegando razões de segurança, de acordo com dados do Coletivo Nicaragua Never More Human Rights.
Ortega classificou oponentes presos e julgados como “traidores da pátria”, “criminosos” e “filhos da mãe dos imperialistas ianques”.
(Com informações da EFE)
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