O Gabinete do Procurador pediu que novos macro-casos abertos pelo PEC fossem tratados de forma abrangente e não exclusiva

Para o Ministério Público, é necessário fortalecer a Câmara de Reconhecimento dessa jurisdição para poder lidar com todos os casos que chegam

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A Procuradoria Geral da Nação anunciou esta quinta-feira, 24 de março, que os novos macrocasos abertos pela Jurisdição Especial para a Paz (JEP) devem ser tratados “de forma abrangente e não exclusiva, especialmente naqueles territórios onde não há condições de segurança para as vítimas”.

“Grande parte dos territórios onde há vítimas distantes não teve oportunidade suficiente para reconhecer este projeto, uma situação que é um indicador claro de que a garantia de não repetição prevista no Acordo de Paz não chegou a esses territórios”, disse o Delegado Procurador com funções de coordenação perante o JEP, Jairo Acosta Aristizábal.

Da mesma forma, durante a intervenção que fez em uma das últimas audiências de observações de vítimas organizadas pelo PEC em diferentes departamentos do país, Acosta Aristizábal especificou que “não pode haver ignorância ou exclusão das condições das vítimas do conflito armado, na medida em que qualquer atraso ou o atraso pode envolver revitimização e ação com danos”.

Ele também argumentou que é de grande importância que todos os macro-casos abordados por esta justiça transitória assumam uma interpretação pró-vítima, na qual nenhum deles é deixado de fora.

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Mas acrescentou ainda que para os três novos macrocasos abertos e a continuidade dos sete existentes, é necessária uma plataforma vigorosa no PEC, bem como o fortalecimento da Câmara de Reconhecimento porque “tememos que possa acontecer que possa não ter força, embora as intenções o façam, para poder evocar os casos que chegam, e também estaríamos preocupados com isso. muito que o exercício é negligenciado ou interrompido nos casos que progridem”.

Um relatório que foi apresentado à Câmara de Reconhecimento da Verdade, Responsabilidade e Determinação de Fatos e Conduta (SRVR), da Jurisdição Especial para a Paz, pede a garantia dos direitos de acesso à justiça, verdade e reparação para pequenos comerciantes e camponeses.

Afirma que os assassinatos foram cometidos como retaliação pelo não pagamento de extorsão ou não cumprimento de ordens das extintas FARC; privação de liberdade desenvolvida sob a modalidade de sequestro para fins de extorsão, controle social e territorial. Além disso, sujeição a tratamento indigno por meio de constantes ameaças e humilhações pelo pagamento de extorsão.

Semana publicou seções do documento de 40 páginas, onde apontam que, apesar das investigações realizadas pelo JEP sobre crimes cometidos contra membros do setor produtivo, deve-se enfatizar que os fatos devem ser reconhecidos como ataques sistematizados, gerando efeitos adversos tais como desencorajando a produção em diversos setores, os efeitos sobre a propriedade privada e o direito ao trabalho. Eles também pedem para identificar os responsáveis por tais crimes, a fim de reconstruir a verdade.

“Os membros desse setor devem receber tratamento diferenciado por parte do PEC, ao mesmo tempo em que foram sistematicamente e recorrentemente vitimados pelas FARC”, afirma o documento. Além disso, ele garante que: “Embora a reparação econômica não seja necessária, busca-se clareza no papel desempenhado pelas FARC em afetar grande parte desses setores”.

É importante notar que outros fatos apresentados apontam para deslocamento forçado; destruição, apropriação injusta e arbitrária de bens para o financiamento do grupo guerrilheiro, às vezes fazendo uso indiscriminado de dispositivos explosivos.

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