O petróleo Brent, referência na Europa, ultrapassou US $120 por barril na quarta-feira, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela perspectiva de novas sanções ocidentais contra a Rússia.
Por volta das 14 horas GMT, o Brent do Mar do Norte subiu 4,6%, para US $120,73 o barril, e o US Texas Light Crude (WTI) ganhou 4,5% em Nova York para US $114,21.
Os preços do petróleo subiram em operações voláteis na quarta-feira, apoiados pela interrupção das exportações de petróleo da Rússia e do Cazaquistão por meio do gasoduto CPC.
O mercado continua nervoso com a perspectiva de novas sanções contra a Rússia, o segundo maior exportador de petróleo do mundo, após sua invasão da Ucrânia em ações que Moscou chama de “operação especial”.
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciará novas sanções à Rússia quando se reunir com líderes europeus esta quinta-feira, em Bruxelas, incluindo uma reunião de emergência da NATO.
Os países membros da UE continuam divididos sobre a proibição das importações de petróleo bruto russo e produtos petrolíferos que ainda estão fluindo, mas isso pode mudar quando os contratos de curto prazo se esgotarem, disse a Reuters.
A Rússia alertou terça-feira para uma queda nas exportações de petróleo através do Caspian Pipeline Consortium (CPC) de até 1 milhão de barris por dia (bpd), ou 1% da produção mundial, devido aos danos causados pelas tempestades.
As exportações por CPC pararam completamente na quarta-feira e os reparos levarão pelo menos um mês e meio, de acordo com um agente de transporte portuário.
De acordo com a mídia russa Kommersant, o Ministério da Energia da Rússia, no contexto das sanções ocidentais e do aumento dos preços do petróleo, relatou uma falha inesperada e crítica do equipamento de exportação de petróleo do Consórcio Caspian Pipeline de Novorossiysk.
“Danos a duas das três unidades de amarração remotas devido a uma tempestade podem reduzir os suprimentos para o mercado mundial em um milhão de barris por dia de cada vez. Os reparos, de acordo com várias estimativas, podem levar de três semanas a dois meses, período durante o qual fornecedores e consumidores terão que procurar rotas alternativas de fornecimento. Segundo especialistas, os países do sul da Europa, assim como os Estados Unidos, podem sofrer mais com o término dos embarques”, publicou o Kommersant.
A queda nos estoques de petróleo nos Estados Unidos, o maior consumidor de petróleo do mundo, também aumentou a apreensão da oferta.
Os dados mais recentes do grupo da indústria American Petroleum Institute mostraram que as ações caíram 4,3 milhões de barris durante a semana que terminou em 18 de março, de acordo com fontes do mercado.
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