“É uma extorsão de um cidadão dos EUA por uma potência estrangeira”: o caso de Alejandra Cuevas ressoa no governo de Joe Biden

Alonso Castillo, filho de Alejandra, enviou uma carta aos senadores norte-americanos que atacaram Alejandro Gertz Manero, para “deixá-los ouvir como o promotor exigiu que eu me incriminasse com um crime fabricado”

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Embora após 528 dias de prisão por um crime que nem existe, em 28 de março Alejandra Cuevas (Cidade do México, 69 anos) foi finalmente libertada, O caso dela parece ter várias pontas soltas. Ela foi acusada pelo procurador-geral de Justiça, Alejandro Gertz Manero. Agora, o filho dessa mulher, Alonso Castillo, como cidadão americano, procura levar aos ouvidos da autoridade norte-americana a perseguição pelo funcionário mexicano da qual ele e sua família foram vítimas.

“Deixe-os ouvir como o promotor exigiu que eu me incriminasse com um crime fabricado”, disse Alonso à Infobae. Sua intenção é dar a conhecer e denunciar às autoridades norte-americanas que, como cidadão daquele país, ele e sua família foram perseguidos por autoridades estrangeiras. Ele já disse ao secretário de Segurança Interna dos EUA, Alejandro Mayorkas, na última quarta-feira, com quem conseguiu se encontrar por um momento em Flórida.

Ele agora está buscando se reunir com os senadores norte-americanos que há alguns dias alertaram o governo Biden sobre como fazer justiça a Alejandro Gertz Manero. Alonso enviou-lhes uma carta na qual enfatizava que era “uma extorsão de um cidadão dos EUA por uma potência estrangeira”.

La carta que Alonso Castillo, hijo de Alejandra Cuevas, envió a senadores de EEUU (Cortesía)
La carta que Alonso Castillo, hijo de Alejandra Cuevas, envió a senadores de EEUU (Cortesía)

O caso de sua mãe já ressoa com o governo de Joe Biden. Na semana passada, foi tomado como argumento pelos senadores daquele país que enviaram uma carta ao secretário de Estado Antony Blinken e ao promotor Merrick Garland para alertar sobre os ataques que acreditam que Gertz Manero está realizando contra a justiça mexicana, a fim de realizar “vingança pessoal”.

Deve-se lembrar que o caso do promotor contra Alejandra Cuevas em todos os momentos foi meramente um assunto pessoal. Ela é filha de Laura Morán (95 anos, Cidade do México) que foi parceira romântica de Federico Gertz Manero, irmão do funcionário, por quase meio século até 2015, quando morreu de deterioração do estado de saúde. Alejandro acusou Laura de homicídio por omissão de atendimento, como fiador, ou seja, quem estava encarregado do atendimento. Ele também incluiu em seu processo Alejandra, como um “fiador acessório”, uma figura que a mesma Suprema Corte acaba de considerar simplesmente inexistente.

Por anos, o processo contra ambas as mulheres simplesmente não prosseguiu, pois os juízes consideraram inapropriado. Uma vez que Gertz Manero assumiu o cargo mais alto de justiça no México, as acusações - entre uma miríade de irregularidades - prosseguiram e levaram, por um crime que não existe, Alejandra Cuevas a ser trancada em Santa Martha Acatitla de outubro de 2020 a 28 de março.

CIUDAD DE MÉXICO, 27MARZO2022.- Alejandra Cuevas obtuvo su libertad tras obtener un amparo que la eximió del cargo de homicidio por negligencia en perjuicio de Federico Gertz Manero, hermano del Fiscal Alejandro Gertz Manero, por parte de la Suprema Corte de Justicia de la Nación (FOTO: DANIEL AUGUSTO SÁNCHEZ/CUARTOSCURO.COM)
CIUDAD DE MÉXICO, 27MARZO2022.- Alejandra Cuevas obtuvo su libertad tras obtener un amparo que la eximió del cargo de homicidio por negligencia en perjuicio de Federico Gertz Manero, hermano del Fiscal Alejandro Gertz Manero, por parte de la Suprema Corte de Justicia de la Nación (FOTO: DANIEL AUGUSTO SÁNCHEZ/CUARTOSCURO.COM)Daniel Augusto

Autoridades também alertaram que o próprio sistema de justiça mexicano está “enfraquecido e politizado”, concentrando-se especificamente nas ações do promotor. que, alertaram, usa seu poder para “perseguir seletivamente oponentes da atual administração”.

Os senadores dos EUA pediram ao governo do presidente Joe Biden que expresse suas preocupações diretamente ao seu homólogo mexicano. Entre os queixosos que assinaram o documento estão o senador Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado; Patrick Leahy, presidente do Comitê de Apropriações; e os legisladores Benjamin Cardin e Jeffrey Merkley.

Alejandra Cuevas fala exclusivamente com a Infobae México, após sua libertação da prisão de sua casa.

No entanto, o presidente mexicano se manifestou em defesa de seu promotor e disse que os senadores norte-americanos que redigiram a carta “são, com todo o respeito, mentirosos”, assegurando que as abordagens dos democratas dos EUA se devem ao fato de haver interesses envolvidos, “nos Estados Unidos há eleições”.

“Só posso dizer que eles estão errados, desinformados”, insistiu o presidente, respondendo a eles “não aceitamos interferências; não agimos por slogan contra ninguém”.

Enquanto isso, Alonso Castillo garantiu que não vai parar com o caso de sua mãe Alejandra. “Não vou parar até conseguir compromissos com os senadores, Blinken e Merrick Garland.”

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